segunda-feira, 3 de junho de 2013

Benefício Social inibe a vontade de trabalhar?


Meu blog sobre a Educação não fala só sobre a educação, mas a falta dela. Sempre que cito ou leio "Sociedade atual" é inevitável pensar na decadência social em que nos encontramos. E não é pessimismo, não, é enxergar a realidade por mais dura que ela seja. Não é o caso de ficar apenas criticando, por que críticas não vão mudar nada. Mas muitas vezes falamos e falamos para que haja uma solução, para que alguém que tenha poder de mudar o faça. 
Quando alguém diz que o poder está em nossas mãos parece que esquece que não vivemos sozinhos, que dependemos uns dos outros e que se é sociedade não dá para mudar sozinho. 
Desde que comecei a falar o que penso nas redes sociais eu sempre "bati na mesma tecla": Criação dos filhos.
A criação dos filhos é uma das armas mais importantes que temos para mudar o mundo. 
Mas, infelizmente, e eu digo isso com muita tristeza, nossos filhos estão crescendo à deriva, à mercê de um mundo cheio de egoismo, materialismo e ódio. Não dá para dizer que a culpa é dessa ou daquela geração, ou de alguma classe social específica. Estão todos sendo atingidos e prejudicados uns pelos outros, e parece que ninguém se importa, exceto se a coisa for pessoal, se atingir níveis gigantescos e afetar a classe poderosa.
Veja o Brasil, por exemplo, quantos programas de benefícios sociais nós temos. O governo se gaba ao expor que sua classe miserável tem a quê recorrer, tem respaldo dele e não está desamparada. Até desenvolveu um programa que acolhe os usuários de drogas, para que sua família esteja certa de que ele se preocupa com sua condição, se compadece, se prontifica a ajudar. Mas a verdade é mais dura que se supõe nossa vã sabedoria. Por trás dessa demonstração de compaixão e dever social há um conjunto de intenções que tendem ao poder, ao prestigio à auto promoção. Ele está ensinando o brasileiro a ser conivente ao receber um benefício que de imediato parece bom, mas que na verdade está apenas agravando a situação.
Por que não temos escolas e professores melhores? Por que não temos policiais melhores? Por que não temos hospitais melhores? E empregos?
A velha discussão continuará velha e não vai mudar. Mas nós já sabemos da verdade: Não podemos ser beneficiados pelo governo amenos que sejamos pobres, miseráveis e ignorantes, sem emprego, sem saúde e sem moradia. Eles nos darão tudo que precisamos, na medida certa, e estaremos sempre a mercê desse benefício que ensinaram que nos pertencem... mas sob suas condições... nem mais nem menos. 
Aceitamos ou não? Parece uma pergunta idiota, mas não é, é séria!
Um dia desse, em um programa de Tv vi um pastor religioso, de quem nem gosto devido ao seu estilo de vida,  que disse uma coisa sobre o brasileiro, na verdade o ser humano, que a nação se fara melhor com o trabalho e não com benefícios. Quem de nós não sabe disso? Mas quantos de nós discorda dos benefícios do governo?
Vamos ver uma historinha que inventei. "Senhor B" é o governo, e o "mendigo" é a classe menos favorecida do Brasil, ok? Vamos lá.
                                                     O PODER DO SABER
*Senhor B é um milionário, está em sua casa, uma casa bonita que ele construiu com suas mãos, talvez com alguns tijolos dos outros, mas o caso é que é sua casa. Bem, há um mendigo do lado de fora que rodeia sua calçada o tempo todo, Senhor B não pode tirá-lo de lá por que algumas pessoas o defendem, dizem que ele tem esse direito, o de andar em sua calçada, ela é de todos. Mas o mendigo sente fome e frio, e Senhor B se incomoda com isso, mas não vai dar o que é seu para ele. Porém, dá a ele um emprego, ele varre sua calçada todos os dias e se livra do seu lixo doméstico, e mais, ele cuida do seu jardim. Com o tempo esse mendigo se torna seu empregado e recebe um benefício, o de entrar em sua casa, por que ele é importante agora. E ele deixa de ser um mendigo para ser seu "braço direito", aprende tudo sobre Senhor B e seus bens, conhece seus segredos e por fim se torna tão inteligente quanto o patrão em seus negócios. Mas um dia Senhor B percebe o quanto o subestimou, se sente intimidado com sua presença, e dividir o conforto com ele já se torna algo perigoso. Afinal ele era um mendigo e Senhor B deu a ele poder e confiança ao estender sua mão. É bem possível que esse mendigo com seu conhecimento queira tomar seu lugar quando ele menos esperar.
Então, um dia Senhor B o chama e faz um acordo:
- Eu vou deixar você outra vez do lado de fora e lhe darei um prato de comida todos os dias para que fique alimentado, um cobertor para se cobrir, poderá ficar na calçada quanto tempo quiser, mas não vai mais entrar aqui.
O então "braço direito" diz:
- Está louco? O que você tem está em minhas mãos, agora é meu também. Se eu sair daqui levarei tudo comigo.
Senhor B pensa em duas alternativas, mas nenhuma delas é válida.
Ele pensa em tirar da mente do ex mendigo tudo que o ensinou e assim conseguirá fazer com que ele volte a
ser um reles mendigo. Ou ele pode mata-lo, mas isso sujaria sua imagem.
Senhor B não vê outra saída senão continuar dividindo o que é seu com ele.*
Bem, todos nós temos o dom de aprender, podemos chegar a ser tão poderosos quanto nossos patrões. Mas a questão aqui é: A quem interessa que tenhamos esse poder? 
Houve um tempo em que tínhamos nas mãos tudo que precisávamos para ser um país verdadeiramente democrático e livre. Mas alguém ofereceu um acordo e a população voltou às ruas, vendida por um prato de comida. E hoje as migalhas que recebemos nos mantém fora do caminho deles, pra que eles continuem sendo  os milionários poderosos, sem a presença de um "mendigo" que possa ameaçar sua posição.
É assim que o governo nos vê. E enquanto aceitarmos as migalhas que ele nos oferece, continuaremos ignorantes na calçada de um lar que é nosso por direito. 


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